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Ian Schrager e a reinvenção da hospitalidade

  • Foto do escritor: mariana cecchini
    mariana cecchini
  • há 6 horas
  • 4 min de leitura

Capítulo 02 – Restaurantes e bares como destinos urbanos: o que podemos aprender (e transformar) no Brasil

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Ian Schrager, criador do lendário Studio 54 e cofundador dos primeiros hotéis boutique, está novamente provocando o setor da hospitalidade desta vez, ao ressignificar o papel dos espaços comuns.Seus empreendimentos mais recentes, como o PUBLIC Hotel e os hotéis da rede EDITION, não foram projetados apenas para dormir bem. Foram pensados para viver bem.

Nesse novo modelo, o hotel deixa de ser um espaço fechado e passa a ser um hub cultural, social e urbano.

Entre os pilares dessa transformação, Schrager destaca três grandes áreas

:• Lobbies que se comportam como lounges criativos

• Restaurantes e bares que se tornam destinos por si só

• Espaços públicos com curadoria estética e cultural

Neste Capítulo 02, vamos falar do segundo pilar e de como o setor de Alimentos & Bebidas (F&B) pode e deve ser muito mais do que um apoio ao hóspede. Ele pode ser uma ferramenta estratégica de conexão com a cidade.


De "sala do café da manhã" a lugar de pertencimento


Durante muito tempo, a área de F&B em hotéis foi vista (e ainda é, em muitos casos) como um espaço funcional e sem alma, cujo único objetivo era servir o café da manhã dos hóspedes.

Como resultado, temos ambientes:

  • Subutilizados durante boa parte do dia

  • Pouco atrativos para o público externo

  • Com baixa relevância no cenário gastronômico da cidade

  • E sem identidade, nem cultural, nem visual

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Ian Schrager desafiou esse modelo ao transformar os restaurantes e bares de seus hotéis em experiências gastronômicas completas  acessíveis, desejáveis e memoráveis.Neles, o hóspede se mistura ao morador, o barista conhece o bairro e o DJ toca para todos.

Esses espaços são mais que pontos de alimentação.Eles são extensões do ecossistema urbano, projetados com curadoria, ativação e propósito.


E o que nós, designers, temos a ver com isso?

Muito.

Muitos donos de hotéis ainda têm a mentalidade de que o restaurante "é só para o café da manhã" e por isso não querem investir tempo, verba ou criatividade nessa área.

Mas é papel do designer (e do arquiteto, operador ou consultor criativo) mudar essa percepção  mostrando o espaço não apenas como um serviço, mas como um ativo estratégico.


  • Podemos propor layouts versáteis e que funcionem do café da manhã ao jantar.

  • Podemos sugerir usos híbridos ao longo do dia: coworking, eventos, café local, clube de leitura.

  • Podemos criar experiências sensoriais através do design: iluminação, som, mobiliário, textura.

  • Podemos pensar o F&B como parte da identidade do hotel  não como uma necessidade operacional.

Não projetamos só espaços. Projetamos possibilidades de uso, de conexão e de valorização contínua ao longo do tempo.

Guest Experience + Citizen Experience: a combinação mais poderosa da nova hospitalidade


O maior erro do passado foi achar que o restaurante de um hotel só serve a quem está hospedado.

Hoje, os empreendimentos mais bem-sucedidos entendem que:

  • O hóspede quer se sentir parte da cidade

  • O morador quer um espaço bem cuidado, bonito e aberto perto de casa

  • O hotel pode ser plataforma de convivência urbana, não só hospedagem

Quando o design e a operação abraçam essa ideia, o que era um "salão de café" se torna um ponto de encontro e, com o tempo, uma marca cultural da cidade.



E São Paulo? A cidade tem história para contar

A ideia de restaurante de hotel como destino em si não é novidade. São Paulo já viveu momentos brilhantes com esse modelo.

O tradicional Hotel Ca’d’Oro, por exemplo, foi muito mais que hospedagem: seu restaurante era uma referência gastronômica. O Maksoud Plaza também marcou época com seus ambientes sofisticados e abertos à cidade, onde eventos e encontros aconteciam com frequência.

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Ca´doro


Mais recentemente, o Rosewood São Paulo trouxe essa lógica para o presente, com excelência:

  • O Le Jardin no lobby convida moradores e visitantes a ocuparem o espaço

  • O rooftop bar tornou-se referência de lifestyle

  • O hotel como um todo funciona como ponte entre o hóspede e a cidade

Esses exemplos mostram que é possível sim unir excelência, design, operação e identidade brasileira  desde que exista visão e intencionalidade.

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Conclusão

Um restaurante de hotel não é um apêndice.É uma oportunidade de relacionamento com a cidade, de geração de valor para o negócio e de criação de novas experiências memoráveis.

E o mais importante: é uma forma de dizer, em linguagem de hospitalidade, que todo mundo é bem-vindo.

No Brasil, temos cidades vibrantes, multiculturalismo e um público ávido por experiências com significado. O que falta muitas vezes não é recurso, é visão.

Então fica a provocação:Quem vai transformar o espaço do café da manhã no próximo ponto de encontro criativo e cultural da cidade?


Vamos conversar?

Você conhece restaurantes de hotel no Brasil que realmente se tornaram destinos urbanos?

Compartilhe nos comentários vamos valorizar boas práticas e inspirar novas soluções.



 
 
 

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