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A reinvenção da hospitalidade : LOBBY

  • Foto do escritor: mariana cecchini
    mariana cecchini
  • 23 de nov.
  • 6 min de leitura

Ian Schrager e a reinvenção da hospitalidade o que o Brasil pode aprender com essa revolução?

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Estamos engatinhando , mas já temos vários bons exemplos pelo BR!

Reflexões sobre a tal guestexperience + citizenexperience O que os Hoteis tem em ganhar com isso?

Ian Schrager, criador do icônico Studio 54 e cofundador dos hotéis boutique, está mais uma vez redesenhando as fronteiras do setor hoteleiro. Seus novos empreendimentos não são apenas lugares para dormir são hubs culturais, sociais e urbanos.

O que Schrager está fazendo de diferente?

Lobbies que se comportam como lounges criativos

Restaurantes e bares que se tornam destinos por si só

Espaços públicos com curadoria estética e cultural

Ele entendeu algo fundamental: o valor da hospitalidade está na experiência compartilhada, não apenas no luxo do quarto.


 E no Brasil?

 Nosso mercado tem um potencial imenso, com cidades vibrantes e um público ávido por conexões autênticas. Mas ainda engatinhamos na criação de espaços híbridos que combinem design, comunidade e propósito.

Existe aqui uma oportunidade clara de criar hotéis que não sirvam apenas aos viajantes, mas também às comunidades locais.Podemos (e devemos) importar o conceito de “espaço público inspirador” para o nosso contexto adaptando-o às nossas realidades urbanas, climáticas e culturais.Está na hora de fazer essa ponte entre a inovação internacional e o Brasil.


 Quem vai liderar essa transformação?

Vamos primeiro dividir estas áreas publicas em 3 partes

LOBBY, RESTAURANTES e DEMAIS ESPAÇOS

Hoje, os lobbies de seus hotéis funcionam como:

Coworkings informais durante o dia

Espaços de socialização à noite

Palcos para ativações culturais, musicais e artísticas

Por que isso importa?

 Porque transforma um espaço subutilizado em um ponto de conexão emocional e social. É onde o hóspede deixa de ser apenas cliente e se torna parte de uma comunidade temporária.

No Brasil:

 Poucos hotéis ainda aproveitam o lobby como ativo estratégico. Com o aumento do nomadismo digital e a busca por experiências híbridas, existe uma enorme oportunidade de criar lobbies que sejam também espaços de expressão, colaboração e encontro urbano.

O design nos hotéis de Schrager vai além da decoração. Cada ambiente é pensado como uma instalação sensorial, onde luz, textura, mobiliário e arte criam uma atmosfera única.

Mais do que isso:

Ian Schrager não apenas redesenhou hotéis ele ressignificou o papel dos espaços públicos.

 Aplicar essa visão no contexto brasileiro pode:

Aumentar o tempo de permanência dos hóspedes

Atrair o público local

Diferenciar marcas em um mercado cada vez mais competitivo

 A pergunta que fica:

 Quem está já na opinião de vocês já redesenhando estes espaços  no Brasil e esta transformando um lobby em galeria, um bar em ponto de encontro da cidade, e um hotel em ícone cultural?

Transformar um lobby em um espaço de cowork, socialização e cultura não é apenas uma questão de estética, mas de design funcional e emocional, aliado a uma programação viva.


Como um designer pode transformar o lobby em um lounge criativo e multifuncional?

 Zonificação inteligente: um espaço, várias funções

Um bom lobby híbrido precisa de zonas distintas, que convivam harmoniosamente:

Zona de foco / coworking: mesas compartilhadas, cadeiras ergonômicas, iluminação funcional, tomadas USB e Wi-Fi forte.

 Zona de relaxamento / socialização: sofás confortáveis, iluminação mais quente, café/bar de fácil acesso.

 Zona de eventos / ativações: um espaço flexível, com boa acústica, iluminação ajustável e capacidade de rearranjo rápido do mobiliário.

Dica prática para designers: use elementos arquitetônicos (tapetes, luminárias, divisórias baixas) para delimitar sem isolar  criando fluidez entre as zonas.


 Design sensorial e acolhedor

Um lobby criativo precisa convidar a permanecer  e isso é feito com camadas sensoriais bem pensadas:

Cores que induzam calma e criatividade (tons terrosos, verdes, azuis escuros)

Iluminação regulável (LED quente de dia, mais intensa à noite)

 Trilha sonora curada (durante o dia, som ambiente leve; à noite, curadoria musical mais ousada)

 Elementos naturais (plantas, madeira, pedras locais) aumentam a permanência e o bem-estar

 Design emocional: o espaço precisa fazer o visitante sentir que ele pode estar ali sem consumir nada  um convite sutil à permanência e à conexão.


 Mobiliário flexível e inclusivo

Mesas modulares e leves, que possam ser unidas ou separadas

Cadeiras de diferentes alturas e formatos (sofás, banquetas, poltronas)

Móveis com design autoral local, criando identidade cultural e diferencial visual

Acessibilidade total (circulação ampla, espaços para cadeirantes, tomadas ao alcance)

 Importante: Mobiliário que não pareça “corporativo demais”, mas que funcione para produtividade. A estética do conforto urbano é essencial.

 Infraestrutura para eventos culturais e ativações

Espaço com infraestrutura de som e projeção embutida (sem parecer uma sala de conferência)

Superfícies neutras que possam ser “tomadas” por exposições ou intervenções artísticas

Iluminação de destaque e pontos de energia acessíveis para DJs, músicos, artistas

Para designers e gestores: pensar na agenda desde o projeto. A arquitetura deve permitir que o espaço “mude de função” ao longo do dia/semana.

Curadoria e programação são tão importantes quanto o design

Um espaço pode ser lindo, mas sem vida, se não houver ativação intencional:

Workshops criativos durante o dia

 DJs, jazz ou performances à noite

Exposições rotativas de artistas locais

 Encontros temáticos com o público local

 O papel do designer é criar um espaço que seja um palco  o roteiro virá da curadoria.


Em resumo: o que o designer deve buscar?

   Objetivo

 Solução de design

    Criar fluxo entre trabalho e lazer

 Zonificação com mobiliário e luz

   Incentivar a permanência

 Conforto sensorial e visual

   Facilitar eventos

 Layout flexível + infraestrutura oculta

   Atrair o público local

 Design com identidade cultural brasileira

   Incentivar uso sem consumo

 Espaços abertos, acolhedores e com propósito

  

 E no Brasil, onde isso pode florescer?

Cidades como São Paulo, Rio, Recife, Brasília e Belo Horizonte têm uma cena criativa ativa e público com fome de espaços híbridos.

Existe um vazio entre o cowork e o café: o hotel pode ocupar esse meio-termo com autenticidade.

Hotéis independentes ou novos empreendimentos lifestyle (inclusive em regiões turísticas) têm mais liberdade para experimentar com esses formatos.

De nada adianta projetar lobbies criativos, abertos e multifuncionais se a experiência de acesso transmite exclusão ou constrangimento. Muitos hotéis ainda falham nesse ponto ao segregar seus espaços públicos com códigos visuais e operacionais que afastam quem não é hóspede.

Ian Schrager entendeu algo que muitos ainda ignoram:

“O luxo do futuro é o pertencimento.”

Se queremos que lobbies funcionem como lounges criativos, hubs culturais e pontos de coworking vivo, o acesso precisa ser genuinamente democrático e parecer assim.


 A pergunta-chave:

Seu lobby está projetado para acolher ou para intimidar?

O problema: a hospitalidade com “porteiro invisível”

Mesmo quando não há barreiras físicas, muitos hotéis transmitem uma mensagem sutil (ou nem tão sutil) de:

“Aqui é só para hóspedes.”

“Se não vai consumir, melhor não ficar.”

“Esse não é um lugar para você.”

Isso acontece por meio de:

Portarias excessivamente formais

Falta de sinalização aberta ao público

Uniformes e recepções que lembram controle, não acolhimento

Staff não treinado para lidar com não-hóspedes com empatia

Resultado? O espaço, embora belíssimo, se esvazia. Só é frequentado por quem já está ali e a comunidade local passa longe.

A solução: design + operação + narrativa


Para que o lobby se torne um espaço público real, três dimensões precisam trabalhar juntas:


1. Design que convida, não que impõe

Entradas amplas, transparentes, conectadas com a rua

Ausência de barreiras físicas ou simbólicas

Mobiliário disposto de forma fluida e acessível

Iluminação acolhedora e linguagem visual urbana

 Dica: pensar o lobby como uma extensão da calçada, com transição natural entre o exterior e o interior.

2. Sinalização clara de que o espaço é para todos


Placas que digam explicitamente: “Bem-vindo  mesmo que só para um café”

Cardápios visíveis e acessíveis, sem “cara de luxo fechado”

Comunicação visual que reforce a abertura ao público local

 Exemplo real: o PUBLIC Hotel, de Ian Schrager, tem um lounge-bar em NY com entrada livre e programação cultural semanal anunciada publicamente. Isso reforça a ideia de “espaço da cidade”.


3. Operação e equipe com mentalidade inclusiva

Treinamento da equipe para acolher não-hóspedes com o mesmo entusiasmo que hóspedes

Uniformes mais informais e postura amigável (sem formalismo intimidador)

Política clara: quem entra para trabalhar, ver uma exposição ou ouvir música é bem-vindo — mesmo que não consuma.

O papel do staff é facilitar experiências, não filtrar público.

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No Brasil, isso é ainda mais relevante

Muitos hotéis ainda operam com uma mentalidade elitista e fechada, herança de um modelo de hospitalidade colonial, onde o luxo era segregação.

Mas há sinais de mudança:

Cafeterias de rua integradas a hotéis lifestyle em São Paulo

Hostels e hotéis-boutique em cidades turísticas com entrada livre e ativação cultural

Consumidores jovens buscando espaços de convivência com propósito, não só consumo

O hotel que souber se abrir sem perder identidade será percebido como plataforma urbana, não só hospedagem.

 Em resumo: como transformar o lobby em espaço público criativo e inclusivo

   Elemento

 Estratégia

    Acesso

 Entradas integradas à rua, sem barreiras

   Comunicação

 Linguagem visual e verbal que convida, não intimida

   Layout

 Ambientes distribuídos de forma fluida, sem zonas VIP explícitas

   Programação

 Abertura para eventos culturais, coworking, ativações abertas

   Operação

 Equipe treinada para acolher com naturalidade e empatia

  

“O lobby do futuro não é uma antessala do quarto. É uma extensão da cidade.”

Quem vai assumir esse papel no Brasil?

 Quem vai projetar o primeiro hotel onde a porta está sempre aberta  e o design diz “fique à vontade”, não “passe reto”?

que vai além do design ou da operação:

 o verdadeiro luxo hoje não está na exclusividade, mas na experiência coletiva.


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